quinta-feira, 31 de maio de 2012

Conhecemos o SURDO?



No nosso dia a dia podemos vivenciar situações em que pessoas denominam os que não ouvem de “mudinho, “mudo” ou “surdo-mudo”, pois creem que todos os indivíduos surdos são mudos. O que muitas pessoas desconhecem é que, na verdade, bem poucos surdos são comprovadamente mudos e ainda muitos desses mudos não são surdos. Explanemos melhor: pessoa muda é aquela que é privada de algum órgão do seu aparelho fonador, como a falta de cordas vocais, por exemplo, o  que a impede de produzir sons. Assim, se esse indivíduo não pode produzir nenhuma espécie de som, ele não utiliza a fala.
A fala é uma atividade que envolve a produção de sons e não é utilizada pela grande maioria dos surdos. Os surdos podem produzir sons, nesse caso, vistos como ruídos ou barulhos, mas não conseguem captá-los e, assim, na maioria das vezes, é impossível que consigam reproduzir ou produzir os sons da fala.
            Quando falamos em atividade linguística oral, a fala é aprendida por meio da audição. No caso do surdo, há uma dificuldade ou impedimento da aprendizagem dos sons ditos linguísticos. Os surdos conseguem produzir sons vocais, mas, na sua grande maioria, esses sons são distorcidos e difíceis de serem compreendidos pelos ouvintes.
Há surdos que passam anos em tratamentos com fonoaudiólogos e professores de Língua Portuguesa para que consigam se comunicar bem por meio da fala.  Os diálogos com esses indivíduos necessitam ser estabelecidos frente a frente com o receptor, fazendo com que o surdo possa realizar uma eficiente leitura labial.
 Muitos imaginam que a grande maioria dos surdos realiza leitura labial. Contudo, para que tal atividade seja executada com sucesso, são necessários anos e anos de treino, além de o interlocutor formular as palavras com clareza, não existir obstáculos, como bigodes ou as mãos posicionadas na frente da boca, haver uma pequena distância entre as pessoas envolvidas no ato comunicacional e, principalmente, muita paciência. Nem sempre a leitura labial proporciona, ao surdo, total entendimento da mensagem, pois é fato comprovado que até o adulto mais hábil só consegue entender 50% (talvez menos) das palavras articuladas; em relação ao restante, é necessário que o surdo faça uso da adivinhação.
Usualmente, encontramos surdos que não fazem uso da língua oral pelos motivos acima citados. Para esses surdos, o meio natural de comunicação utilizado é a Língua Brasileira de Sinais, oficialmente reconhecida por meio da Lei 10436, de 24 de abril de 2002, que a tornou a segunda língua oficial no Brasil.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um sistema linguístico visual, em que as palavras são articuladas por meio de sinais, que se organizam em frases e estas, em textos ou discursos.
A Libras, como sistema de comunicação dos surdos, é chamada de língua e não linguagem, pois é tão complexa como a língua oral, com características gramaticais próprias, possuindo todos os níveis de análise das outras línguas, sua própria sintaxe e o seu próprio vocabulário.
A diferença mais visível em relação às línguas orais é o fato de a Libras ser uma língua de modalidade visual-espacial: realizada por meio de gestos e expressões com as mãos, a cabeça e o corpo, é percebida pelo receptor através da visão. Por essa razão, a Libras é diferente de qualquer língua falada, oral-auditiva por natureza.
Atualmente, podemos dizer que a Libras não é conhecida pela população ouvinte e por uma parcela de surdos, pois muitos pais ainda consideram a Língua de Sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada, privando os filhos de terem contato com esse recurso. Muitos surdos se tornam adultos sem conseguir estabelecer uma comunicação eficiente com os pais e, consequentemente, com a sociedade.
Por muito tempo, as pessoas avaliaram mal o conhecimento dos surdos, fazendo com que se sentissem oprimidos e incompreendidos. Essa postura vai de encontro à necessidade de ser compreendido, inerente a todos os seres humanos. Em contraste a essa situação, muitos surdos se sentem completamente “capacitados”, comunicam-se com os seus pares fluentemente, possuem um nível mais elevado de autoestima e alcançam bom desempenho acadêmico e social.
Devido aos maus entendimentos dos ouvintes em relação aos surdos, muitos ainda desconfiam dos ouvintes, mas quando estes se mostram sinceramente interessados em compreender a cultura surda e a Língua de Sinais e vislumbram os surdos como pessoas “capacitadas”, todos se beneficiam.
                 
                                         Andresa Vaniele Barbosa Pereira


quarta-feira, 30 de maio de 2012

ITAÚ distribui coleção de Livros gratuitamente


Quem aprende a gostar de ler sabe escrever a própria história.

O Itaú realiza uma série de programas e parcerias para tornar o Estatuto da Criança e do Adolescente uma realidade para todos. E investe cada vez mais na qualidade da educação. A Coleção Itaú de Livros Infantis foi criada pela Fundação Itaú Social para ajudar a despertar desde cedo o prazer pela leitura. Ela foi feita para você que também acredita que a educação é o melhor caminho para a transformação do Brasil.
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terça-feira, 29 de maio de 2012

Língua Brasileira de Sinais



A Libras (Língua Brasileira de Sinais) é uma língua natural usada pela maioria dos surdos do Brasil. Diferente de todos os idiomas já conhecidos, que são orais e auditivos, a libras é visual-gestual, é uma língua pronunciada pelo corpo.
A história da libras
No período de 1500 a 1855, já existiam muitos surdos no país. Nessa época, a educação era precária. Em 1855, ocorreu a vinda ao Brasil de um professor francês surdo, chamado Hurt, e, em 1887, foi fundado o primeiro Instituto Nacional de Surdos Mudos no Rio de Janeiro.
No período de 1970 a 1992, os surdos se fortalecerem e reividicaram os seus direitos. Desde aquela época, as escolas tradicionais existentes no método oral mudaram de filosofia e, até hoje, boa parte delas vêm adotando a comunicação total. 
Em 2002, foi promulgada uma lei que reconhecia a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização das comunidades surdas no Brasil. Em 2005, foi promulgado um decreto que tornou obrigatória a inserção da disciplina nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio (curso Normal) e superior (Pedagogia, Educação Especial, Fonoaudiologia e Letras). Desde então, as instituições de ensino vêem procurando se adequar a essa lei.
Por que estudar a língua de sinais?
Muitas tentativas educacionais foram feitas com o objetivo de educar crianças surdas e, por muito tempo, a surdez foi apontada como a causa do fracasso escolar. A surdez dificulta a comunicação colocando o surdo em desvantagem, pois vivemos num mundo dominado pela língua oral composta por vocábulos e gramática que são desconhecidos pelo surdo. Portanto, os surdos são portadores de necessidades especiais. 
Educadores e pesquisadores em todo o mundo têm um objetivo em comum, o de propor aos surdos uma melhor condição de vida social e, por isso, surgiram várias filosofias educacionais.
Todo indivíduo é capaz de desenvolver o aprendizado, então, quando é exposto a uma língua, começa o processo de aprendizado com uma cadeia de significados que é a base para o desenvolvimento da escrita. O surdo é privado dessa exposição pela falta de audição e, por causa disso, o processo de desenvolvimento fica em desvantagem. Sua capacidade de aprender é interrompida bem na linha de partida. 
A língua de sinais facilita a comunicação e melhora a interação entre ouvinte e surdo. Ao educador especial que tem um aluno surdo na sala de aula, a língua de sinais será de fundamental ajuda para a transmissão do conteúdo programático das matérias.
Como atender a um aluno surdo na sala de aula?
O professor deve: 
- Aceitar o aluno surdo como os demais alunos; 
- Ajudar o aluno a raciocinar, não lhe dar soluçães prontas; 
- Não superproteger; 
- Não ficar de costas para o aluno, nem de lado, quando estiver falando; 
- Preparar os colegas para recebê-lo; 
- Dirigir-se ao surdo em língua de sinais; se não for possível, utilizar frase curtas, bem pronunciadas num tom normal, sem exageros; 
- Ao chamar atenção do aluno, utilizar gestos convencionais; 
- Colocar o aluno surdo nas primeiras carteiras, longe de janelas e portas, para não se distrair; 
- Utilizar todos os recursos que facilitem sua compreensão (dramatização, mímicas e materiais visuais); 
- Se utilizar vídeos, certificar se são legendados; 
- Fazer resumos do conteúdo das aulas no quadro negro e depois repassá-los em língua de sinais; 
- Incluir a família no processo educativo; 
- Cumprimentá-lo sempre que possível em língua de sinais e ou com sorriso; 
- Todos na escola (professores e funcionários) devem aprender a língua de sinais; 
- As aulas devem ser em língua de sinais; se não for possível, solicitar ajuda de intérpretes até que os professores se preparem para esse atendimento; 
- A escola deve receber assessoria de uma equipe (pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos) enviada pela Secretaria de Educação Especial do Estado; 
- A escola deve incluir no Plano Político Pedagógico estratégias de trabalho com o aluno surdo; 
- Avaliar o aluno pela mensagem e pelo conteúdo, não pela escrita; 
- Acreditar nas potencialidades do aluno.
Autora: Andresa Vaniele Barbosa Pereira

segunda-feira, 28 de maio de 2012

2º Seminário de Inclusão Educacional da pessoa surda e surdocega



        Nos dias 11, 12 e 13 de maio aconteceu em Arujá (SP) o 2º Seminário Regional de Inclusão Educacional da Pessoa Surda e Surdocega. O evento, promovido pela Associação de Apoio aos Surdos do Alto Tietê (AASAT), teve o apoio da Secretaria de Educação de Arujá.
O objetivo do Seminário foi de conscientizar, estimular a troca de informações sobre o tema e intensificar a inclusão das pessoas surdas e surdocegas.
Na programação, foram abordados os temas educação, preconceito, autoestima, comunicação, direitos, respeito, cidadania e experiências de ensino e aprendizagem em Libras – Língua Brasileira de Sinais.
Esse evento possui caráter técnico-científico, dirigido às pessoas surdas, surdocegas e ouvintes e tem como público profissionais de nível superior, ligados ao campo da educação de surdos; professores; linguistas; fonoaudiólogos; psicólogos; assistentes sociais; sociólogos, entre outros. Esses profissionais receberam capacitação, treinamento e reciclagem contínua de Libras e Libras Tátil. 
Na ocasião a professora Andresa Vaniele Barbosa Pereira, apresentou dois trabalhos na modalidade pôster. A primeira pesquisa “Experiência com adultos surdos em um contexto de Letramento”. A pesquisa é baseada no trabalho de alfabetização com surdos adultos na perspectiva do letramento que tem sido realizado pela Prefeitura Municipal de Ubarana. Tal trabalho tem valorizado as práticas de leitura e de escrita que são abordadas dentro de contextos e demandas sociais, valorizando as experiências cotidianas. Essas constituem o ponto de partida dos temas abordados em sala de aula que enfatizam as habilidades e competências necessárias à autonomia dos alunos e a segunda pesquisa "Percepções do Ensino da Língua Brasileira de Sinais pelos alunos ouvintes da Faculdade de José Bonifácio" que consiste na análise da importância do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras, a partir da percepção dos alunos ouvintes da Faculdade de José Bonifácio, e especificamente conhecer as percepções e experiências desses alunos na utilização dessa língua como instrumento de interação entre surdos e ouvintes.







quinta-feira, 24 de maio de 2012

Projeto de Inclusão de Surdos em Ubarana SP


Sabemos que o Brasil, ainda existem muitos surdos adultos que não adquiriram a língua. Nem a língua portuguesa na modalidade oral ou escrita e nem a língua de sinais, na modalidade gesto-visual. 
Esses surdos comunicam-se por conjunto de gestos desenvolvidos no contexto familiar, mas por falta de aquisição de uma primeira língua, a interlocução com outros falantes fica muito restrita. Esta situação promove o isolamento destes indivíduos que, desta forma, apresentam precário desenvolvimento em suas habilidades sociais. 
A ausência ou  precariedade de uma língua comum que sirva como mediadora do conhecimento que circula pelos ambientes sociais termina por desencadear outras dificuldades relativas à comunicação entre surdos, professores e familiares. 
A Prefeitura Municipal de Ubarana criou e desenvolve programa de alfabetização desses adultos realizado na perspectiva do Letramento, ou seja, as práticas de leitura e de escrita serão abordadas dentro de contextos e demandas sociais, valorizando as experiências cotidianas. Essas constituem o ponto de partida dos temas abordados em sala de aula que enfatizam as habilidades e competências necessárias à autonomia dos alunos. 
Normalmente são os familiares que procuram a unidade escolar onde as aulas são oferecidas à comunidade e efetuam a matrícula dos alunos surdos com idades entre 19 e 38 anos. 
Ao chegarem à escola maioria desses surdos ainda não estabelecem comunicação formal com pessoas fora do seu grupo familiar. 
O trabalho desenvolvido visa ao desenvolvimento de competências na área da aquisição da língua de sinais e a língua portuguesa, na modalidade escrita, é apresentada ao aluno. Ler e escrever são processos sociais diferentes, utilizados para a comunicação entre as pessoas, no entanto, todos estão limitados à necessidade de serem compreensíveis no contexto da interação. 
As vivências e materiais utilizados priorizam atividades significativas onde os conhecimentos tenham valor prático para os alunos, priorizando o canal visual uma vez que é por esta via que a pessoa surda forma conceitos, desenvolve habilidades e adquire modos próprios de conhecer a realidade.



Pode-se dizer que o Projeto tem alcançado bastante êxito, pois têm trazido surdos que estavam totalmente reclusos em suas residências para a sala de aula e colaborado com a interação surdo/surdo e surdo/ouvinte e tem se apresentando como um excelente aliado para inserir esses surdo na sociedade.
No decorrer do projeto observa-se uma melhora de autoestima dos surdos envolvidos no projeto, pois tais alunos se sentem motivados para participar das aulas e consequentemente participarem de forma mais ativa na sociedade.

sábado, 19 de maio de 2012

Alunos surdos de Ubarana realizam apresentação na II FENEG na Faculdade de José Bonifácio

Alunos surdos de Ubarana realizam apresentação na II FENEG na Faculdade de José Bonifácio

Aconteceu, nos dias 26 e 27 de outubro de 2011, a II FENEG – Feira de Educação e Negócios da Faculdade de José Bonifácio. 
Foi grande a movimentação e a animação no local, com a apresentação de peças teatrais, Coral de Libras, filmes, leitura e contação de histórias, salas de jogos infantis, oficinas educativas, sala de Língua Brasileira de Sinais - Libras, sala de Halloween, sala de brincadeiras com materiais recicláveis e feira de ciências, estandes de vendas, com produtos dos setores alimentícios e de vestuário e salão de beleza. Os alunos surdos de Ubarana em parceria com os surdos de José Bonifácio apresentaram o Coral de Libras sob a coordenação da Professora Andresa Vaniele Barbosa Pereira (Especialista em Língua Brasileira de Sinais). Foram sinalizadas as músicas Amigos pela fé – Anjos do Resgate e Quando a chuva passar – Paula Fernandes. A apresentação do coral foi grandemente aplaudida e bastante elogiada pelos participantes do evento. Os alunos envolvidos na apresentação se sentiram felizes e motivados.
Na sala de Libras havia em exposição materiais didáticos em Língua Brasileira de Sinais elaborados pelos alunos dos cursos de Letras e Pedagogia.
Os alunos também assistiram peças teatrais apresentadas no evento e puderam contar com a tradução simultânea Língua Portuguesa / Língua Brasileira de Sinais realizada pela Professora Andresa Vaniele.

http://ubarana.sp.gov.br/prefeitura/?pg=noticia&id=676


Sejam Bem Vindos!!!!


Este espaço é destinado aos que possuem contato com a Língua Brasileira de Sinais (Libras),  trocas de vivências, atividades realizadas, sugestões que contribuam para inclusão educacional do surdo. 

Sejam todos bem-vindos!